terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Evo: industrializar, atacar pobreza e apurar fortunas suspeitas





Morales apresentou planos para impulsionar a partir de 22 de janeiro, quando assumem os 110 legisladores que o Movimento ao Socialismo (MAS) terá na Assembléia Legislativa Plurinacional. São mais de dois terços dos 166 totais.

"Há dois temas capitais que o governo deve cumprir: a industrialização, para que deixemos de produzir e exportar só matérias-primas como hidrocarbonetos e minérios, e a justiça social, que se resume numa luta frontal contra a pobreza", afirmou Evo

Descontraído e bem-humorado, Morales disse que dormiu mal por uma dor de estômago que se arrastava por dias. Ele não disse se era o nervosismo das eleições. E descartou a possibilidade de apresentar-se a um terceiro mandato, que seria de 2015 a 2020, ainda que tenha dito que a Constituição permitiria que concorresse.

Morales foi até certo ponto cauteloso, em contraste com a alegria desencadeada por seus partidários, que festejaram a noite toda, apesar da proibição do álcool. O contraste entre a sua vitória esmagadora e o pobre papel da oposição era evidente. "Acho que vencemos em sete dos nove departamentos do país", disse exultante o mandatário.

"Estou muito animado, quero agradecer ao povo boliviano, os diversos movimentos sociais, intelectuais, artistas, caminhoneiros, os dirigentes sindicais, todos e todas. E o meu respeito especial para as Seis Federações do Trópico de Cochabamba, que se mobilizaram em todo o país. Realmente foi um esforço de todo um povo. Esse esforço não será em vão, eu aprendi durante os quase quatro anos como presidente ", disse ele em tom comedido.

Sobre as declarações de seu opositor na disputa, Manfred Reyes Villa, no sentido de que seguiria com a polarização, Morales comentou que, "quando ele disse que há polarização, lamentavelmente só pensa nele mesmo e na direita e não no povo boliviano", ou , quem sabe, sublinhou, "está pensando, como em setembro do ano passado, em tentar um golpe de estado".

"Quando falam que vai haver polarização, se equivocam... Quando falam de narcotráfico, eles próprios estão envolvidos...", disse, rebatendo as críticas a sua política com relação ao cultivo da folha de coca - tradicional entre a população indígena, antes de ser matéria-prima para o refino da cocaína. "De onde vêm todos os bens de Reyes Villa nos Estados Unidos? De onde vem todo o dinheiro dele? Por que o Departamento de Estado não nos ajuda a investigar?", questionou Evo.

A justiça boliviana confirmou que Reyes Villa será ouvido nesta terça-feira como testemunha em um processo sobre a violenta repressão dos tumultos de outubro de 2003, que deixou 65 mortos. Naquela época, o partido de Reyes Villa integrava o governo presidido por Gonzalo Sanchez de Lozada, que fugiu para os Estados Unidos depois dos tumultos.

A convocação de Reyes Villa fora adiada por causa das eleições. O líder da oposição também é acusado de ter cometido irregularidades quando era governador da província de Cochabamba, um cargo que ocupou até 2008.

O convênio entre Bolívia e EUA no combate às drogas foi rompido no primeiro mandato de Morales, em meio a trocas de acusações - de conivência do governo sul-americano com os cocaleiros, por um lado, e de espionagem da DEA (agência americana de repressão), por outro. Ontem, Washington felicitou o rival pela votação "pacífica e ordeira" e manifestou o desejo de "trabalharmos juntos".

Corrupção

Morales destacou que, além do neoliberalismo, outro inimigo dos bolivianos é a corrupção. Ele explicou que propõe um projeto de lei tem como objetivo "investigar as fortunas suspeitas". Ele destacou que a oposição de direita vem barrando esta legislação há quatro anos graças à maioria no Senado.

No entanto, o Movimento Ao Socialismo (MAS) de Morales obteve domingo a maioria absoluta da Câmara alta. Assim, o partido socialista poderá legislar sem problemas já que manteve o controle da Câmara dos Deputados, que exerce desde 2005. Evo lembrou ainda que levantou o seu sigilo bancário nas eleições e desafiou os demais concorrentes a fazê-lo, o que não ocorreu."Os traidores ao processo de mudança e à pátria foram punidos pelos eleitores", disparou.

Ontem, o presidente se reuniu com seu gabinete, com executivos de empresas estatais, com os candidatos eleitos e os futuros candidatos a prefeito e prefeito nas eleições, que será em abril de 2010. Morales anunciou que viajará para Cuba, onde participará da cúpula de aniversário da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), nos próximos dias. O mandatário boliviano também irá a Copenhague para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 15), encontro que acontece até o próximo dia 18.

Boas relações com todos

Durante pouco mais de uma hora de entrevista coletiva, o mandatário reiterou seu desejo de manter boas relações "com todos os governos", exceto com o regime de facto de Honduras. Sobre sua relação com países da região, Morales se disse satisfeito com o diálogo mantido com o Chile. La Paz reivindica uma saída para o mar, perdida para Santiago durante a Guerra do Pacífico, travada entre 1879 e 1883.

Além disso, Morales disse que suas divergências com o presidente do Peru, Alan García, não são pessoais, mas ideológicas.Também insatisfeito com as demarcações estabelecidas pela Guerra do Pacífico, o Peru tenta no Tribunal Internacional de Justiça de Haia uma redefinição dos limites marítimos e considera que a reivindicação boliviana pode atrapalhar seus planos.

Sobre o Brasil, o presidente reeleito afirmou que espera ter "um diálogo transparente e sincero" com quem quer que venha a suceder Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto em 2010. Segundo ele, há uma relação "sincera e fraterna" com Lula, e Brasil e Bolívia sempre manterão o diálogo. "Quando tivermos problemas de mercados e de preços, estaremos prontos para resolver, com o diálogo mais sincero, mais transparente", disse.

"Temos responsabilidades conjunturais e com nossos países. E o diálogo será sempre a via das definições, também na questão dos hidrocarbonetos". Morales disse que "às vezes, é preciso resolver de forma conjunta as demandas e problemas de ambos os países".

Morales contou que, na época da nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia, logo depois que assumiu a Presidência em 2005, tentou "falar várias com o presidente Lula", "inclusive por meio de seus ministros". "Se apresentou o problema da nacionalização e foi um momento muito duro para o companheiro Lula", recordou. Naquela ocasião, o anuncio afetou diretamente a Petrobras, maior investidora direta na Bolívia.

O presidente boliviano disse que hoje a Bolívia exporta gás para o Brasil e Argentina com "preço solidário" e sugeriu que espera que os mercados vizinhos também sejam acessíveis para a exportação do produto têxtil boliviano. Para ele, os acordos "devem ser de (produtos) complementares" e o produto boliviano deve ter espaço "regional".

Vitória em São Paulo

Na primeira eleição na qual foi permitido que bolivianos que moram em outros países votassem, Morales obteve 95% dos votos válidos depositados em São Paulo, segundo informações do presidente da seção brasileira da Corte Nacional Eleitoral, o jornalista Jorge Gonzales. A apuração das urnas no Brasil mostra que 13.199 bolivianos residentes aqui votaram pela reeleição de Evo, de um total de 13.901 votos válidos. Houve ainda 74 votos em branco e 318 nulos.

O resultado seria enviado à Bolívia, para ser ratificado. No total, estavam inscritos em São Paulo 18,6 mil eleitores. O segundo colocado, Manfred Reyes Villa (PPB-CN), obteve 380 votos no Brasil, e Samuel Dória Medina (UN), 179. Os demais votos se dividiram entre os demais partidos que disputaram a eleição.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Honduras pós-golpe: mais pobreza, repressão policial e violência


Antes do golpe, Ángel David já morava aqui, nesta colônia, onde o único espaço verde e horizontal é o cemitério, por isso as crianças aproveitam um buraco na cerca para jogar futebol ou brincar de esconder entre os túmulos de seus avós. O panorama de Ángel David não era muito animador.


Dividia os 8 metros quadrados de um barraco de madeira com seu pai, jardineiro desempregado, sua mãe, recém-grávida de seu quinto filho, e seus irmãos, o maior de 16 anos e o menor de 2. Não tinham banheiro, porque o último temporal o levou morro abaixo, mas sim eletricidade e telefone, boa educação e roupa milagrosamente limpa.



Mas veio o golpe e a vida de Ángel David, que já não era boa, começou a piorar. Seu país, o segundo mais pobre da América Latina, começou a receber sanções da comunidade internacional e seus 70% de pobres (40% sobrevivem com menos de US$ 1 por dia) foram ficando ainda mais desamparados.



O pai de Ángel David tinha cada vez menos trabalho. Sua mãe, menos dinheiro para fazer malabarismos. Ele, menos horas de aula. Como se fosse pouco, os dias em que o governo de Roberto Micheletti decretou o toque de recolher todos tinham de sair correndo por medo da polícia. Todos os dias chegaram em casa a tempo, menos em 21 de setembro.



Naquele dia havia-se espalhado por Honduras o rumor de que o presidente Manuel Zelaya tinha conseguido voltar ao país em segredo. Para comemorar, seus partidários convocaram concentrações em diversas áreas de Tegucigalpa, e o pai de Ángel David decidiu participar na colônia 21 de Fevereiro, vizinha a sua.



Ao voltar para casa, soado o toque de recolher, encurtaram caminho por um beco. Assustaram-se com o ruído de uma moto que se aproximava. Olharam para trás. Dois policiais vinham na moto. O de trás apontou para eles. Escutaram-se cinco disparos. Ángel David, de 13 anos, caiu redondo no chão com um tiro nas costas.



Passou um mês e meio. O taxista entra pela colônia 23 de Junho. O veículo mal pode avançar entre as pedras - a única rua asfaltada ficou para trás há tempo - e o medo que lhe causam os grupos de rapazes encostados nas esquinas. Há um momento em que não se pode continuar de carro. A mãe, Nelly Rodríguez, convida para entrar em seu único quarto, arrumado e limpo, e apresenta orgulhosa seus filhos, educados e bem vestidos.



Seu relato do que aconteceu é exato e conciso, e nele aparece sem maquiagem a realidade de Honduras depois do golpe: "Meu marido e meus filhos vinham andando lentamente e os policiais puderam ver que havia duas crianças, mas mesmo assim lhes atiraram pelas costas. A bala acertou os intestinos, o cólon, o baço, o fígado e também parte do pulmão. Mostre a cicatriz ao senhor..."



Ángel David levanta-se, obediente. Tem a marca do tiro nas costas e a grande cicatriz da operação. O que você sentiu nesse momento? "Angústia, senhor." E dor? "Também." E você perdeu os sentidos? "Sim." Como é a angústia? "Pensar que vai morrer." E sentiu medo? "Sim." E chorou? "Não."



Nelly continua contando: "O operaram de emergência. Esteve perto de morrer. A operação durou três horas e ele passou cinco dias em coma. Até que começou a abrir os olhos e a falar comigo. Esteve com oxigênio e com vários remédios que lhe deram no Hospital Escola. Mas como não tinham todos os medicamentos de que ele necessitava tivemos de comprar. Não havia agulhas nem esparadrapo nem algodão. Nem soro.".



O que vem a seguir demonstra até que ponto os protagonistas do golpe perseguiram os resistentes: "Um dia veio uma fiscal e me disse: 'Olhe, eu sou representante do direito do menor e a senhora corre o risco de perder seus filhos, porque o culpado pelo que aconteceu com seu filho não é o policial que disparou, mas a senhora'. Me disse que a culpada era eu".



Nelly começa a chorar, um pranto lento e silencioso que comove. As crianças ao seu redor prestam atenção. "E me disse quando meu filho estava em coma, ali mesmo diante da cama dele. Sim. Me disse que o policial não era culpado, mas eu..." Nelly foi ameaçada de não ter seu filho de volta até que a organização Cofadeh, que cuida dos familiares dos detidos e dos desaparecidos em Honduras, veio protegê-la.



A história de Ángel David é uma das centenas de casos dramáticos. Segundo a Unicef, "1.700 crianças hondurenhas menores de 5 anos morreram desde 28 de junho de 2009, à razão de 13 crianças por dia". A desnutrição e o péssimo atendimento de saúde contra epidemias como a da dengue hemorrágica são algumas das causas. Todos os dias cerca de 60 crianças ingressam no hospital de Tegucigalpa atingidas por essa doença. Mas não há como atendê-las por falta de meios. Tudo isso em meio a uma onda de violência que deixa 14 mortos por dia e inúmeras detenções ilegais.



É verdade que a vida em Honduras não era boa antes do golpe, mas agora é pior. Não é verdade, Ángel David?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Renovado e ampliado, novo Comitê Central do PCdoB tem 105 membros


O 12º Congresso Nacional do PCdoB foi encerrado neste domingo (8), em São Paulo, com a eleição do novo Comitê Central do Partido, que irá dirigir a legenda até o próximo Congresso, em 2013. A nominata de 101 nomes apresentada aos delegados no início do encontro foi acrescida de mais quatro nomes, e aprovada por ampla maioria. Assim, a nova composição do CC aumenta dos atuais 81 membros para 105. Diversos critérios de composição ajudaram a injetar sangue novo na nova direção comunista.


Maurício Morais



Renato Rabelo, junto com os integrantes do novo Comitê Central, encerra o 12 Congresso do PCdoB

Os critérios de composição do Comitê Central obedeceram aos seguintes obejetivos: manter e se possivel aumentar o número de trabalhadores sindicalistas dado o caráter proletario dos membros do partido; incorporar trabalhadores do campo; agregar mais jovens, sobretudo de 20 a 30 anos, contribuindo para dimnuir a média etária dos membros do Comitê Central; incorporar mais mulheres, adotando a cota mínima de 30%; incluir quadros mais atuantes na luta de idéias, cientistas, artistas, acadêmicos; ampliar, tanto quanto possível, a presença de presidentes estaduais do Partido e, por fim, conferir a integrantes de comissões a autoridade de membro do CC.



Segundo o secretário nacional de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino, que coordenou a comissão eleitoral, o critério que amarra todos os demais critérios é o papel a cumprir no contexto coletivo. "Nenhum comitê central é composto por ranking de capacidade, não é este nosso critério, mas sim o da contribuição que cada integrante dará para a construção de uma direção que tem o desafio de preparar o partido para as novas e importantes tarefas que os comunistas têm pela frente", disse Walter ao paresentar a sugestão de nominata.



Participaram da escolha do novo Comitê Central 868 delegados, dos 954 que foram credenciados. A votação aconteceu através de um sistema eletrônico (foto ao lado) que tornou bastante ágil e descomplicada a eleição. Antes do processo de votação final, foi aberta aos delegados uma consulta para que pudessem indicar outros nomes além dos que constavam da nominata original. Fruto deste processo, foram incluídos na nominata os nomes de Wander Geraldo, Leila Márcia, David Wylkerson e Chico Lopes, que passaram a integrar a lista de 105 nomes eleita pelos delegados. Outros quatro nomes (Dilcea Quintela, Gilmar Tadeu, Ronaldo Carmona e Luis Carlos Paes) faziam parte de uma lista suplementar, mas não alcançaram votos suficientes para ingressar no novo CC. Os 105 membros eleitos obtiveram apla aprovação, obtendo de 100% a 95% dos votos dos delegados. Dos 868 votantes, 650 concordaram integralmente com a proposta apresentada pela comissão eleitoral e 208 delegados fizeram algum tipo de substituição na nominata. Apenas 10 votos (1,15% do total) foram anulados por não cumprirem o critério de incluir pelo menos 30% de mulheres na nominata.



Comissão Política



Logo após a eleição do novo CC, os membros eleitos reuniram-se para definir quem irá compor a Comissão Política do Partido, composta por 26 integrantes, três a mais que a antiga composição. Quanto ao Secretariado, ficou de ser composto mais tarde, em uma reunião da Comissão Política, dia 11, e outra do Comitê Central. A indicação é de um Secretariado de sete membros, visando reforçar cada vez mais o papel da Comissão na condução política do partido.



Também foi decidida a indicação de Renato Rabelo para continuar à frente da presidência do Partido no próximo período. Renato anunciou que aceitava mais um mandato, o terceiro como presidente do PCdoB. Mas pediu a permissão do CC para proceder, no momento oportuno, os preparativos para a escolha de um companheiro que assuma o cargo no próximo Congresso, em 2013.



Foi feita também a proposta de Luciana Santos para vice-presidente do partido. A secretária de Ciência e Tecnologia de Pernambuco e ex-prefeita de Olinda foi anunciada por Renato Rabelo como "futura deputada federal e uma das mais votadas no estado". O nome foi recebido com aplausos pelos 105 membros do CC recém-eleito.



Após a reunião do CC, aconteceu o ato político de encerramento. com o anúncio da nova direção e o pronunciamento final de Renato Rabelo, foi declarado encerrado oficialmente o 12º Congresso Nacional do PCdoB, o maior da história do Partido. Como sempre acontece nos eventos partidários, o encerramento deu-se ao som da Internacional e num clima de grande confraternização que irá marcar o 12º Congresso como um dos encontros mais bem sucedidos do Partido Comunista do Brasil.



Veja abaixo a composição do novo Comitê Central

(Os nomes marcados com # são de novos integrantes do CC)



1.. Adalberto Frasson

2.. Adalberto Monteiro

3.. Alanir Cardoso

4.. Aldo Arantes

5.. Aldo Rebelo

6.. # Alice Mazzuco Portugal

7.. Altamiro Borges

8.. # Ana Maria Prestes Rabelo

9.. Ana Rocha

10.. André Bezerra

11.. # Andre Pereira Reinert Tokarski

12.. Andréia Diniz

13.. # Ângela Albino

14.. # Antenor Roberto S. de Medeiros

15.. Assis Melo

16.. Augusto Buonicore

17.. # Augusto Canizela Chagas

18.. # Augusto Madeira

19.. Aurino Nascimento

20.. # Bartíria Perpétua Lima da Costa

21.. Bernardo Joffily

22.. # Biga - Dilce Abgail Rodrigues Pereira

23.. Caetano, Aldemir de Carvalho

24.. Carlos Augusto Diógenes (Patinhas)

25.. # Cláudio Silva Bastos

26.. # Chico Lopes

27.. Daniel Almeida

28.. # Daniele Costa Silva

29.. # Davidson de Magalhães Santos

30.. David Wylkerson

31.. Dilermando Toni

32.. Divanilton Pereira

33.. Edilon Melo de Queirós

34.. Edmilson Valentim

35.. # Edson Luis de França

36.. # Eduardo Bonfim Gomes Ribeiro

37.. Edvaldo Magalhães

38.. Edvaldo Nogueira

39.. Eron Bezerra

40.. # Evandro Costa Milhomem

41.. # Fabiana de Souza Costa

42.. # Flávio Dino de Castro e Costa

43.. # Gerson Pinheiro de Souza

44.. Gustavo Petta

45.. Haroldo Lima

46.. Inácio Arruda

47.. Jamil Murad

48.. Jandira Feghali

49.. Javier Alfaya

50.. Jô Moraes

51.. João Batista Lemos

52.. José Reinaldo Carvalho

53.. Julia Roland

54.. # Julieta Palmeira

55.. Julio Vellozo

56.. Leila Márcia

57.. Liège Rocha

58.. # Lucia Kluck Stumpf

59.. Luciana Santos

60.. Luciano Siqueira

61.. Luis Carlos Orro

62.. Luiz Fernandes

63.. Madalena Guasco

64.. # Manoel Carlos Neri da Silva

65.. Manoel Rangel

66.. Manuela D’Ávila

67.. Marcelino Granja

68.. Marcelo Brito

69.. # Marcelo Cláudio César Cardia

70.. Marcelo Toledo

71.. # Maria de Lourdes Carvalho Rufino

72.. # Marta Brandão da Silva

73.. Maurício Ramos

74.. Milton Alves

75.. Nádia Campeão

76.. Nereide Saviani

77.. # Neuton Miranda Sobrinho

78.. Nivaldo Santana

79.. # Olival Freire Jr

80.. Olívia Santana

81.. Orlando Silva Júnior

82.. Osmar Júnior

83.. Péricles de Souza

84.. Perpétua Almeida

85.. # Raimunda Leone de Jesus

86.. # Renata Lemos Petta

87.. Renato Rabelo

88.. Renildo Calheiros

89.. Renildo de Souza

90.. Ricardo Abreu (Alemão)

91.. # Romário Galvão Maia

92.. Ronald Freitas

93.. Sérgio Barroso

94.. Socorro Gomes

95.. # Tânia Soares de Souza

96.. # Thiago de Andrade Pinto

97.. # Valéria Conceição da Silva

98.. Vanessa Grazziotin

99.. # Vanja Andrea Reis dos Santos

100.. Vital Nolasco

101.. Wadson Ribeiro

102.. Wagner Gomes

103.. Walter Sorrentino

104.. Wander Geraldo

105.. Zito Vieira





A Comissão Política ficou com a seguinte composição:

(nomes em ordem alfabética)



1.Adalberto Monteiro

2.Adalberto Frasson

3.Aldo Arantes

4.Aldo Rebelo

5.Altamiro Borges

6.Ana Rocha

7.Carlos Augusto Diógenes (Patinhas)

8.Daniel Almeida

9.Flávio Dino

10.Haroldo Lima

11.Inácio Arruda

12.Jô Moraes

13.João Batista Lemos

14.José Reinaldo de Carvalho

15.Julio Vellozzo

16.Liége Rocha

17.Luciana Santos

18.Nádia Campeão

19.Orlando Silva

20.Renato Rabelo

21.Renildo Calheiros

22.Ricardo Abreu (Alemão)

23.Vanessa Grazziotin

24.Vital Nolasco

25.Wagner Gomes

26.Walter Sorrentino



Da redação no Anhembi,

Cláudio Gonzalez

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Povo brasileiro é o grande homenageado do 12º Congresso do PCdoB



Teve início na noite desta quinta-feira (5) o maior congresso da história do PCdoB. O povo brasileiro – representado em sua diversidade na mesa do plenário por negros, índios e brancos – foi o escolhido como homenageado dos comunistas. O ponto alto da noite foi a intervenção do presidente Renato Rabelo. Quarenta e nove delegações de 32 países estavam presentes.






Congresso começou hoje em São Paulo com homenagem ao povo

Até o momento, 80% dos delegados de todo país se encontram no Congresso. Com o plenário do Anhembi cheio, foram aprovadas a mesa diretora dos trabalhos, a proposta de regimento interno e as comissões de Organização e Eleitoral.



A homenagem aos brasileiros – estampada no palco nas figuras de Tiradentes e José Bonifácio – foi feita ao final da sessão pelo deputado federal Aldo Rebelo. “O povo brasileiro fez-se povo e constituiu esta nação tão admirada sem renunciar a nenhum sacrifício na sua trajetória, enfrentando desde os seus primeiros habitantes a violência do projeto colonial”.



Segundo Aldo, “se fomos vítimas do processo cruel e injusto pelo qual caminha, caminhou e por um tempo ainda caminhará, o povo não se submeteu a esse processo, não aceitou a posição de vítima e se assumiu como protagonista”. E continuou: “se hoje podemos ter um líder operário e nordestino mesmo com o preconceito das elites é porque se sustentou sobre os ombros de nosso povo que construiu uma história política e nos movimentos sociais”.



Por fim, afirmou: “a maior homenagem que podemos render ao nosso povo é jurar que continuaremos lutando por sua unidade e contra sua divisão. O povo é o maior patrimônio de nosso país e essa é a nossa forma de amar o povo brasileiro: tornar nosso país cada vez mais um projeto civilizatório”.



Informe político



Ao iniciar seu informe político, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo constatou: “atravessamos um período histórico insólito – que vai chegando ao limite de um tempo e que pode irromper o limiar da transição para uma nova época civilizatória”. Segundo ele, “o desfecho que tomará essa transição para uma nova época, com o aprofundamento e aguçamento da crise do capitalismo, resultará do rumo e do desenlace que prevalecerá no curso da luta ideológica e política contemporânea, que na atualidade converge, explícita ou implicitamente, no embate por uma alternativa, por objetivos a serem perseguidos e caminhos a serem seguidos”.



Para que tal rumo seja alcançado, um novo Programa Socialista se faz necessário. A nova proposta “delineia a exigência profunda do tempo atual: um terceiro grande salto civilizatório afirmativo da Nação brasileira, que só é possível com a transição para o socialismo, inserindo dessa maneira a revolução brasileira na dinâmica concreta da história nacional”. Mas, colocou, “não estão presentes na atualidade no Brasil, as condições políticas para a conquista imediata do socialismo. É preciso percorrer então um caminho que nos leve a esse objetivo maior.”



O caminho, conforme enfatizou, “é a luta desde agora pelo delineamento e execução de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, destinado a começar a superação das principais contradições e impasses acumulados no decorrer da trajetória do país, sendo este o caminho brasileiro para o socialismo”.



Em ligação com a realidade atual do país, Rabelo passou a tratar da importância do governo Lula no contexto nacional e internacional para o alcance de um novo patamar de desenvolvimento no país. Por isso, foi contundente: “o ciclo político aberto a partir da eleição presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva não pode ser truncado nas eleições de 2010” e disse que Lula “goza hoje de incomparável prestígio popular, assumindo uma posição de destaque entre os maiores líderes nacionais na história política brasileira”.



De acordo com o comunista, “a história política do Brasil demonstra que quando se impõe uma liderança capaz de unir a maioria da nação, o país pode avançar em grandes empreendimentos, descortinando novos horizontes para o povo”.



Resistência da direita



Sobre o posicionamento dos setores conservadores, Renato Rabelo lembrou que apoiada pelo monopólio midiático, a oposição tem tentado, a todo custo, enfraquecer e derrubar o governo Lula. “O PCdoB não entrou no ‘cordão dos desiludidos’ que acabou sem alternativa política, e tacitamente reforçando o campo oposicionista de direita”, afirmou.



Mesmo sendo aliado histórico do PT e um dos partidos da base de apoio do governo, Rabelo salientou que “o PCdoB não confunde o seu programa com o programa da aliança política. Igualmente, o Partido recusa o ‘seguidismo’ e preserva sua independência em relação ao governo. Lealdade não significa abdicar dessa condição”.



No campo oposto, o presidente destacou a dificuldade de a direita se impor mesmo quando o assunto é a eleição de 2010. Como exemplo, colocou o papel do PSDB – principal legenda do campo conservador – que tem buscado a construção de uma candidatura forte, mas que ainda se encontra dividido entre adotar um ou outro governador tucano.



Além disso, Rabelo colocou que “a existência de mais de uma candidatura no campo lulista tenderá a ser efêmera sem o seu apoio. A candidatura de Marina Silva, pelo PV, terá mais influência em setores das camadas médias, podendo subtrair votos nos dois lados, sem alcançar a dimensão de uma terceira via.



Brasil com destaque no mundo



Ao tratar do contexto internacional, Renato Rabelo enfatizou que “a crise global do capitalismo de vastas proporções exprimiu com maior agudeza a tendência de declínio gradual e progressivo do imperialismo norte-americano, ao mesmo tempo em que acentua a emergência de China, Rússia, Brasil e Índia, o surgimento de blocos regionais não alinhados e contradições interimperialistas”. Cresce, neste sentido, a luta dos trabalhadores e dos povos por melhores condições de vida.



No quadro de um mundo em transição e para lidar de maneira adequada com os desafios atuais, Rabelo disse que “é interesse do povo brasileiro que se avance para uma América Latina unida e integrada. Para o Brasil, a integração continental é base para sua inserção no mundo. E em conseqüência da sua dimensão política e econômica – hoje com maior influência no concerto das nações e como parte constitutiva dos seus interesses nacionais – o Brasil vai ocupando um importante papel protagonista na união sul e latino-americana”.



No que tange aos interesses imperialistas no continente latinoamericano, Rabelo chamou atenção para as riquezas nacionais, especialmente após a descoberta do petróleo na camada do pré-sal. Criticou a presença da Quarta Frota na costa na região e o acordo militar entre Colômbia e EUA como sinais preocupantes dessa ação. “É preciso ter em conta – como elemento geopolítico fundamental na luta por um projeto nacional de desenvolvimento – que a América Latina é área chave do interesse dos países imperialistas. Há uma disputa entre eles que tende a se agudizar pelo controle de fontes de recursos nos países ‘periféricos’”. E completou dizendo “merecer total apoio a proposta de novo marco regulatório do pré-sal defendida pelo governo”.



Continuidade em 2010



Renato Rabelo voltou a tratar do quadro eleitoral de 2010 reafirmando que o PCdoB considera “uma exigência política para o êxito do campo democrático e progressista a aliança básica entre os dois partidos mais votados nas últimas eleições, PT e PMDB”. E completou: “quanto mais a eleição presidencial de 2010 se concentrar na forma de plebiscito, de polarização a favor ou contra o ideário e as realizações de Lula, maiores são as chances de vitória da candidatura sustentada pelo presidente”.



No que diz respeito ao projeto dos comunistas, a prioridade está na renovação do Congresso Nacional. “O partido procurará eleger uma bancada mais numerosa de deputados federais que permita elevar o nível de intervenção partidária nacional a um patamar superior. Também, é possível ampliar a bancada comunista no Senado Federal e até disputar a eleição para governador de Estado”, afirmou numa referência ao nome do deputado federal Flávio Dino, que poderá disputar a cadeira no Maranhão.



A fim de alavancar ao poder as forças progressistas e de esquerda para as próximas eleições, chamou atenção para a importância da convocação de uma Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) no próximo ano.



Terminando sua intervenção, falou sobre a vida partidária, destacando que “os importantes êxitos conseguidos não devem escamotear os nossos erros e insuficiências, sendo imprescindível constatar os ensinamentos numa atitude aberta e franca tendo no comando o êxito político e a edificação de um partido revolucionário profundamente vinculado ao povo e por ele respeitado”.



No ano em que muitos comemoram os 20 anos do fim da União Soviética, Renato Rabelo lembrou da comemoração dos 90 anos da Revolução Russa dizendo que “somos os seus continuadores para a nossa época. Somos integrantes da corrente marxista, revolucionária, mundial, aqui representada pelos queridos camaradas das delegações dos partidos comunistas e revolucionários do mundo inteiro. Mais uma vez reafirmamos: não percamos de vista o nosso grandioso ideal socialista. Estamos convencidos mais ainda de que o tempo nos dará razão”.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Fidel Castro classifica de atroz acordo Colômbia-EUA


O líder da Revolução cubana e ex-presidente da ilha, Fidel Castro, classificou, nesta quarta-feira (04), de atroz e infame o recente acordo que permite aos militares americanos usar bases na Colômbia, convênio considerado por Fidel uma ameaça à América Latina. Segundo o cubano, nunca a região foi tratada com tanto desprezo, como atualmente, na gestão norte-americana de Barack Obama.
Em uma nova publicação na coluna "Reflexões", o líder cubano lamentou a assinatura do acordo porque os "Estados Unidos impõem sete bases militares no coração da América, ameaçando não só à Venezuela, mas todos os povos do Centro e do Sul do hemisfério".Ele destacou que "não se trata de um ato do governo de [George W.] Bush, é Barack Obama que assina esse acordo, violando normas legais, constitucionais e éticas", disse, completando: "Nunca os países latino-americanos foram tratados com tanto desprezo", afirmou."Como pretexto, ele utilizou a luta contra o comércio de drogas que, como o terrível flagelo do para-militarismo, surgiu do gigantesco mercado americano de cocaína e de outras drogas (...) As bases militares ianques na América Latina surgiram antes que as drogas, com fins intervencionistas", afirmou o ex-líder de 83 anos, em um texto em que critica ainda as penas aplicadas ao anti-terroristas cubanos, pesos injustamente nos EUA. Veja abaixo a íntegra do artigo:
A melhor homenagem à mãe de um heroiPor Fidel castroOntem, faleceu Carmen Nordelo Tejera, a abnegada mãe do Herói da República de Cuba, Gerardo Hernández Nordelo, injustamente sancionado a duas penas de prisão perpétua e mais 15 anos de cárcere. O insólito é que, há apenas 12 dias, a justiça ianque pôs em liberdade Santiago Álvarez Fernández-Magriñá, de quem foram apreendidas armas de guerra, explosivos e outros meios destinados aos planos terroristas contra o nosso povo.Tratava-se de armas apreendidas desse agente da CIA que, a serviço do governo dos Estados Unidos, dedicou boa parte da sua vida ao terrorismo contra Cuba. Valeria a pena que os assessores de Barack Obama, que tanto difundem os seus discursos pela televisão, solicitassem e lhe mostrassem uma cópia do vídeo da Mesa-Redonda do canal Cubavisión, onde se tratou da ridícula sanção de quatro anos numa penitenciária de mínima segurança aplicada a Santiago Álvarez pelas armas apreendidas. E o pior foi que lhe diminuíram a sentença, após entregar à Procuradoria norte-americana outro arsenal de armas maior que o anterior. O sujeito, além disso, enviou um grupo que se infiltrou em Cuba, ao qual, entre outras ações, encomendou uma explosão no Cabaré Tropicana, sempre repleto de espectadores. Existe prova documental irrebatível dessa instrução. Com outro terrorista de origem cubana, Roberto Ferro, aliado à máfia terrorista de Posada Carriles e Santiago Álvarez, em julho de 1991, foram apreendidas 300 armas de fogo, detonadores e explosivos plásticos. Foi sancionado a dois anos. Em abril de 2006, foram apreendidas, em compartimentos ocultos da sua casa, 1.571 armas e granadas de mão. Foi condenado a cinco anos de prisão.Nunca será bastante o que se diga sobre o cinismo da política dos Estados Unidos, que incluem Cuba na lista de países terroristas, aplicam exclusivamente à nossa nação a assassina Lei de Ajuste Cubano, e a bloqueia economicamente, proibindo mesmo a venda de equipamentos médicos e medicamentos.Ontem, a Mesa-Redonda da televisão, ao passo que enumerava os crimes de Santiago Álvarez, mostrava programas de televisão de Miami onde um conhecido agente dos Estados Unidos, Antonio Veciana, narrava os planos com explosivos e balas para o assassinato de líderes cubanos, entre os quais, o de Camilo e o de Che - que estavam comigo num ato do qual participavam centenas de milhares de pessoas em frente do antigo Palácio Presidencial -, ou o meu assassinato, numa entrevista coletiva no Chile, quando visitei o presidente Salvador Allende. Afinal de contas, como confessa o mercenário, no momento da ação, os assassinos a serviço da CIA se acovardaram nas duas ocasiões. Tratava-se apenas de dois dos tantos planos de magnicídio do governo desse país.Tais malfeitorias podem ser lembradas com sangue frio, a não ser que, como neste caso, a narração coincida com a notícia da morte, após uma longa doença, de uma mãe honesta e valente como Carmen Nordelo Tejera, cujo filho foi injustamente condenado a duas penas de prisão perpétua mais 15 anos de cárcere isolado e cruel e numa penitenciária de alta segurança. Que dor mais profunda podia existir para ela que a injusta prisão perpétua do seu filho por delitos que nunca cometeu?Não é possível colocar uma flor no seu féretro sem denunciar, mais uma vez, o repugnante cinismo do império.Acrescenta-se a isto outra notícia atroz escutada nessa mesma tarde: a assinatura oficial do acordo, em virtude do qual, os Estados Unidos impõem sete bases militares no coração da Nossa América, com as que ameaça não apenas a Venezuela, mas também todos os povos do Centro e do Sul do nosso hemisfério. Não se trata de um ato do governo de Bush; é Barack Obama quem assinou esse acordo, violando normas legais, constitucionais e éticas, quando ainda os frutos da funesta base militar ianque de Palmerola, em Honduras, são exibidos perante o mundo. O golpe militar nesse país centro-americano foi levado a cabo sob a atual administração.Nunca se tratou com maior desprezo os povos latino-americanos deste hemisfério.Um país como Cuba sabe muito bem que, depois que os Estados Unidos impõem uma das suas bases militares, só vão embora quando quiserem, ou permanecem pela força, como fizeram em Guantânamo há mais de cem anos. Ali erigiram o odioso centro de torturas, cujas masmorras, com numerosos presos, o nosso flamejante Prêmio Nobel ainda não conseguiu eliminar. À devolução de Manta no Equador seguiu de imediato a oficialização das sete bases militares impostas ao povo da Colômbia. O pretexto utilizado: a luta contra o comércio de drogas que, como o terrível flagelo do paramilitarismo, surgiu do gigantesco mercado norte-americano de cocaína e outras drogas. As bases militares ianques na América Latina surgiram muito antes que as drogas, com fins intervencionistas. Cuba demonstrou durante meio século que é possível lutar e resistir. O presidente dos Estados Unidos se engana e os seus assessores também, se continuam nesse caminho sórdido e perjorativo contra os povos da América Latina. Os nossos sentimentos, sem sombra de dúvida, inclinam-se para o povo bolivariano da Venezuela, para o seu presidente Hugo Chávez e para o seu ministro das Relações Exteriores, denunciando o pacto militar infame imposto ao povo colombiano, cujas cláusulas expansionistas os seus autores nem sequer tiveram o valor de publicar. Cuba continuará cooperando com os programas da saúde, educação e desenvolvimento social dos países irmãos que, apesar de obstáculos, avanços e retrocessos, serão cada vez mais irredutivelmente livres. Como afirmou Lincoln: "… não se pode enganar todo o povo o tempo todo." Não apenas colocaremos flores no túmulo de Carmen Nordelo. Continuaremos incansavelmente a luta pela liberdade de Gerardo, Antonio, Fernando, Ramón e René, desmascarando a infinita hipocrisia e o cinismo do império, defendendo a verdade!Apenas assim, honraremos a memória da legião de mães e mulheres como ela, que, em Cuba, sacrificaram o melhor e mais prezado da sua vida pela Revolução e pelo Socialismo.Fidel Castro

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Venezuela fecha passagem à Colômbia após morte de militares


A Venezuela anunciou o fechamento parcial e por tempo indefinido da fronteira com a Colômbia, após o anúncio de que dois militares venezuelanos foram assassinados no posto de controle de Palotal, entre os municípios de Ureña e San Antonio, no estado venezuelano de Táchira. As duas mortes ocorreram dias depois que oito jogadores de futebol de um time amador colombiano foram executados no lado venezuelano, na mesma região. Segundo a guarda venezuelana, quatro homens em motocicletas chegaram na tarde de ontem (2) ao local e dispararam contra os militares. Houve perseguição, mas os assassinos não puderam ser capturados. Horas depois, o governo venezuelano anunciou o fechamento da passagem. As mortes recentes na fronteira têm piorado ainda mais as já complicadas relações entre os dois países. Nos últimos dias a Venezuela acusou a Colômbia de espionagem em seu território, prendendo dois agentes colombianos e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, criticou a assinatura na semana passada do acordo militar entre a Colômbia e os Estados Unidos, também condenado pela maioria da comunidade latino-americana. O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou ontem em uma coletiva de imprensa que o acordo militar é "uma vergonha para a história do nosso continente". Maduro disse que o governo e o partido governista propuseram medidas "para continuar a denunciar estes ares bélicos que o Pentágono alimenta, não sejam impostos à Colômbia a partir do governo de Bogotá e continuem ameaçando a estabilidade da região". Medo O comércio na região fronteiriça sofre com a violência registrada desde a semana passada. De acordo com o jornal El Tiempo, na sexta-feira (30) e no final de semana dezenas de comerciantes decidiram interromper os negócios após panfletos terem sido distribuídos por grupos paramilitares na capital do estado, San Cristóbal. Algumas escolas da região fecharam as portas e retornaram as crianças às suas casas frente às ameaças. Ontem (02), centenas de moradores da cidade e o governador, César Pérez Vivas, participaram de uma marcha pacífica

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Diplomata dos EUA renuncia em protesto à ocupação do Afeganistão


Matthew Hoh, um ex-combatente que se tornou diplomata, é o primeiro funcionário estadunidense a se demitir em protesto contra a guerra do Afeganistão, informou hoje o jornal The Washington Post. Hoh combateu no Iraque e trabalhava no Departamento de Estado, após deixar a carreira militar. Agora renunciou ao cargo de civil estadunidense com mais poder na província de Zabul, deixando uma série de criticas que provocaram grande incômodo na administração Obama. "Perdi a compreensão e a confiança nos propósitos estratégicos da presença dos Estados Unidos no Afeganistão", afirmou Hoh em sua carta de demissão, datada de 10 de setembro. "Tenho dúvidas e reservas sobre nossa estratégia atual e a estratégia futura, mas minha renúncia não está baseada em como estamos levando essa guerra, mas sim no porquê e com que fim", comenta.Com a morte de mais 8 soldados estadunidenses na mais recente série de atentados à bomba, outubro torna-se o mês com maior número de baixas para os Estados Unidos desde o início da ocupação do país.No momento em que Obama deve decidir sobre o reforço das tropas no país a sua administração enfrenta ainda o primeiro pedido de demissão de um alto funcionário em protesto contra a guerra.As tropas alemãs são um bom exemplo do tipo de impasse que vivem as forças da Otan. O terceiro maior contingente mobilizado pela organização enfrenta um endurecimento nos confrontos na região norte de Kunduz e é confrontado com a natureza das suas operações no país. Afirma-se que, se as tropas alemãs passarem a assumir uma postura mais ofensiva, o governo alemão passaria a enfrentar forte contestação pública.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Facemos un chamamento de repudio ás detencións dos compañeiros da esquerda abertzale.


Axentes da Policía española entraron na sede de LAB en Donostia e detiveron a Arnaldo Otegi, Rafa Díez, Rufi Etxeberria, Sonia Jacinto e Arkaitz Rodríguez, Tamén foron arrestados Amaia Esnal, Txelui Moreno, Mañel Serra e Miren Zabaleta.
Estas detencións son unha nova provocación por parte da Audiencia Nacional amparada pola nefasta Lei dos Partidos Politicos. Por iso hoxe máis que nunca é necesario realizar unha intensa campaña nacional, estatal e internacional para denunciar esta lei antidemocratica.
Esta actuación policial esta en no marco de gráve crise pola cal atravesa a economia do estado español e padecen os traballadores. Esta provocación da Audiencia Nacional realízase cando sae a luz, unha vez máis, o financiamento inmoral e a corrupción dos partidos politicos do sistema, neste caso do Partido Popular.
Esiximos a inmediata liberdade dos compañeiros vascos.
Pola solidariedade internacionalista.
Contra a lei dos partidos politicos e a eliminación da Audiencia Nacional.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fundada há 60 anos a República Democrática Alemã

Nos últimos meses, na República Federal Alemã (RFA), se utiliza um gigantesco aparato propagandístico para recordar o 60º aniversário de fundação da República Democrática Alemã, a RDA.Por Nina Hager *, para o Tribuna PopularOs 60 anos de existência da República Federal, capitalista, são pintados como uma história cheia de exitos puros, sem opção; enquanto isso, a RDA é pintada como uma nação fúnebre, imobilizada, um país de injustiça e da "segunda ditadura".Nesta RFA fazem esforços gigantescos para calar não apenas o passado fascista como também a responsabilidade que lhe corresponde ao capital alemão pelo que se iniciou em 1933, pelo 1º de setembro de 1939, tratando-se — igualmente — de deixar de lado suas implicações e de silenciar as causas originárias da divisão da Alemanha.A intenção evidente: fazer com que todo mundo acredite que nunca existiu um estado alemão, a RDA, onde as pessoas não tinham medo de perder seu trabalho ou sua residência, onde a educação não dependia do que você carregava na carteira, onde a política de paz e antifascismo era razão de Estado.Entre dois sistemas antagônicosDepois de derrotado o fascismo alemão, em maio de 1945, a Alemanha foi dividida em quatro zonas de ocupação.Nas zonas de ocupação estadunidense, britânica e francesa muito rapidamente se empreenderam os passos para restaurar o capitalismo, contando com o apoio das potências ocupantes. Durante a Guerra Fria, foram os Estados Unidos e os outros países capitalistas os líderes daquela época, utilizando na Europa todo o potencial político e econômico da Alemanha Ocidental contra a União Soviética e os países de democracia popular.Mais tarde — acompanhando a fundação da República Federal Alemã em 1949 — os nazis de antanho voltaram a ocupar seus cargos e postos: na indústria, na política, nas estruturas jurídicas e militares e nos serviços secretos.Diferente do desenvolvimento na zona de ocupação soviética. Conforme as resoluções do Acordo de Potsdam e apoiado pela URSS, se optou por uma via de desenvolvimento democrático-antifascista.Se efetuaram reformas fundamentais, mais adiante elas foram determinantes para a construção e a política da RDA. Entre elas figuraram a reforma agrária, a expropriação dos criminosos nazistas e de guerra de suas empresas. Se transformaram em propriedade social os meios de produção mais importantes. Foi executada uma reforma transcendental da educação fundamental, média e superior; garantiu-se a igualdade de gênero, foram criados os direitos das jovens gerações. Tudo isso incluia uma sistemática educação antifascista.Naqueles anos, foram criadas as bases de uma nova política externa, do respeito consciente ao Acordo de Potsdam, o reconhecimento das fronteiras resultantes da Segunda Guerra Mundial, a criação e manutenção de relações amistosas com todos os países, sobretudo com a URSS, o compromisso de disponibilizar toda a força do país em prol da paz.Em 7 de outubro de 1949 foi fundada a RDA, fato que aconteceu em condições políticas e econômicas extremamente complexas, como situar-se no limite entre dois sistemas sociais antagônicos. Nos anos seguintes, a União Soviética e a RDA apresentaram repetidas vezes propostas no sentido de estabelecer uma Alemanha reunificada, neutra e desmilitarizada.Uma experiência socialistaA RDA, menor e economicamente muito mais pobre, comparada com a RFA, pode existir e desenvolver-se somente com o apoio dos povos soviéticos e dos povos das democracias populares em desenvolvimento e, mais adiante, por ser parte da comunidade de países socialistas.O programa do DKP (Partido Comunista da Alemanha, na sua sigla atual em alemão), diz respeito às conquistas e progressos da RDA: "A República Democrática Alemã, sob a liderança do Partido Socialista Unificado da Alemanha (PSUA), colocou limites ao poder do imperialismo alemão. Durante quatro décadas, em uma parte da Alemanha foi removido o domínio dos monopólios e dos bancos. A libertação do fascismo abriu ao povo alemão possibilidades favoráveis para a criação de uma ordem democrática-antifascista em toda a Alemanha. Entretanto, esta oportunidade só foi aproveitada de modo consequente na parte oriental da Alemanha, ou seja, na zona de ocupação soviética, que logo se transformou na República Democrática Alemã. Com a RDA, constituiu-se no território alemão uma alternativa socialista ao imperialismo alemão. A RDA, seu antifascismo consequente, sua luta pela paz, pela distensão e pelo desarmamento, assim como a realização de direitos sociais elementares, formam parte das conquistas mais importantes do movimento operário alemão e são parte do patrimônio humanista na Alemanha".Derrota, memória e certezaTanto mais amargo que o fim e a derrota do socialismo na Europa, foi o fim da RDA.Decisivos para isso foram o atraso econômico e a baixa produtividade da economia nacional da RDA em comparação com a RFA. Entretanto, em 1989 a RDA estava entre as 20 nações industriais mais fortes do mundo.De importância essencial foram uma democracia deficitária e outros aspectos deficientes.A razão interna principal para a derrota do socialismo real na Europa e também na RDA consiste no estancamento crescente das relações sociais. Não se conseguiu dar ao socialismo, na base de seuis próprios princípios e de acordo com o nível de desenvolvimento alcançados, estímulos revolucionários de desenvolvimento cada vez mais novos.Desde meados dos anos 1980, ou mais tardar, o desenvolvimento social estava paralizado.No verão de 1989, quando o governo da URSS, sob o reformista Gorbachov "desistiu" da RDA, o "destino" do país foi selado.A união monetária e econômica realizada no início de 1990 significaram a tomada de posse da RDA pela RFA; a entrega da Alemanha Oriental ao grande capital.As questões de poder e propriedade estavam resolvidas então, a favor dos grandes monopólios, os bancos, financeiras e corretoras de seguro.Em 2 de outubro de 1990 a RDA se "associou" à RFA, de acordo com o artigo 23 da Constituição da RFA.Desde então, os que estão no poder na RFA fazem o possível para deslegitimar e difamar a RDA, para mudar a história.Não obstante, não conseguiram nem extinguir a memória nem a certeza de que o socialismo é, sim, viável.(*)Vice-presidente do Partido Comunista Alemão (DKP).

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Oposição derrota direita em eleições parlamentares na Grécia

Nas eleições legislativas antecipadas realizadas neste domingo (4) na Grécia, a Nova Democracia, direita que estava no governo desde 2004, foi derrotada e afastada do governo. O PASOK (Movimento Socialista Pan-Helénico), liderado por George Papandreu, ganhou com maioria absoluta.O Partido Comunista da Grécia (KKE) elegeu 20 deputados e a Syriza (coligação de esquerda dissidente) 12. Ambos os partidos perderam 2 deputados cada em relação à última eleição. O KKE, que obteve 8,2% dos votos em 2004 obteve 7,37% agora. O partido LAOS (extrema direita) subiu de 10 para 15 deputados.Com uma cômoda maioria de 159 das 300 cadeiras no Parlamento, Papandreu recupera o poder que o Pasok perdeu em 2004 para a direita, cujo líder e primeiro-ministro, Kostas Karamanlis, renunciou neste domingo."Estamos aqui unidos diante de uma grande responsabilidade, que eu assumo pessoalmente, para mudarmos o nosso país em direção a um cenário de respeito às leis, ao ambiente e ao progresso", disse Papandreu."Não quero tolerância, mas participação, porque o futuro é de todos e tenho fé na capacidade das forças reprimidas pela corrupção e pelo desperdício", declarou o político de 57 anos.PromessasPara os primeiros cem dias como chefe do executivo, Papandreu prometeu por em prática um programa de estímulo avaliado em 2,5 bilhões de euros que deverá dar vitalidade à economia, atualmente em recessão por causa crise econômica mundial.O Pasok prometeu também apresentar ao Parlamento um plano para controlar o gasto público e elevar a receita tributária, combatendo a enorme evasão fiscal no país. Ele também comprometeu-se em reajustar salários e pensões acima da inflação, atualmente em 0,8%, e redistribuir a carga fiscal elevando impostos para os mais ricos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ANIVERSARIO REVOLUCIÓN CHINA



1 de Outubro de 2009 - 17h46
Hu Jintao: China vai aprofundar socialismo e marxismo
O presidente chinês, Hu Jintao, manifestou nesta quinta-feira (1/10), em um discurso que abriu as festividades do 60º aniversário da fundação da República Popular da China, o objetivo do país, do povo e do partido em avançar na reforma e na abertura, na concretização e aprofundamento do socialismo com características chinesas, do marxismo e na reunificação pacífica do país, sob o lema de "um só país, dois sistemas".Leia abaixo a íntegra do discurso proferido por Hu Jintao nesta quinta-feira, em Pequim."Expresso aqui, em nome do Comitê Central do Partido Comunista, da Assembleia Popular Nacional, do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e da Comissão Militar Central, nossa recordação profunda aos antecessores e mártires revolucionários que fizeram contribuições imortais para a independência nacional e a libertação popular, para a prosperidade e o fortalecimento da nação e para a felicidade do povo.Também extendo nossas calorosas felicitações aos povos dos diversos grupos étnicos e compatriotas residentes dentro e fora do país, e nosso sincero agradecimento aos amigos de distintos países, que seguem de perto e apoiam o desenvolvimento da China.No dia de hoje, há sessenta anos, após mais de cem anos de batalhas sangrentas disputadas desde o início da história contemporânea, o povo chinês consegue, finalmente, a grande vitória da revolução chinesa e o presidente Mao Tse Tung proclama, neste mesmo lçugar a fundação da República Popular da China, o que permitiu ao povo chines colocar-se de pé desde então e que a nação chinesa, que tem uma história de civilização de mais de 5 mil anos, entrasse em uma nova etapa de desenvolvimento e progresso.Ao largo desses sessenta anos, sob a liderança dos corpos diretivos de três gerações do Comitê Central do Partido Comunista da China, que tinham os camaradas Mao Tse TUng, Deng Xiaoping e Jiang Zemin como seu núcleo, e do Comitê Central do Partido eleito desde seu décimo sexto congresso Nacional, os povos trabalhadores e inteligentes de diversas nacionalidades lutaram com uma só vontade e de forma árdua conseguiram superar diversas dificuldades, reveses, provas e riscos, conquistando grandes êxitos que atrairam a atenção mundial, escrevendo assim uma gloriosa página de esforços incansáveis. Hoje em dia, somos uma China socialista que se orienta no rumo da modernização. O mundo e o futuro estão firmemente erguidos no Oriente do nosso planeta.O desenvolvimento e o progresso obtidos ao longo dos sessenta anos da Nova China mostraram plenamente que só o socialismo pode salvar a China é que somente a reforma e abertura pode permitir o desenvolvimento da China, do socialismo e do marxismo. O povo chinês tem a confiança e a capacidade para construir bem seu país e realizar suas devidas contribuições ao mundo.Seguiremos com firmeza o caminho socialista com características chinesas, aplicaremos completamente as teorias, linhas básicas, diretrizes e experiências básicas do Partido Comunista, continuaremos emancipando a mentalidade, persistiremos na reforma e abertura, vamos impelir um desenvolvimento sustentável, promoveremos a harmonia social e levaremos adiante o processo de construção de uma sociedade razoavelmente provida em todos os sentidos, abrindo incessantemente novas perspectivas à causa socialista com peculiaridades chinesas e escrevendo novos capítulos de uma vida feliz do povo.Nos manteremos firmemente aderidos aos princípios de "reunificação pacífica e um país, dois sistemas", em prol da manutenção da prosperidade e estabilidade a longo prazo de Hong Kong e Macao e promover o desenvolvimento pacífico das relações entre ambos os lados do estreito de Taiwan, e seguioremos realizando esforços para alcançar a reunificação completa da pátria, sendo esta a aspiração comum da nação chinesa.Persistiremos de forma inquebrantável com uma política externa autônoma e de paz, seguiremos o caminho do desenvolvimento pacífico, aplicaremos a estratégia de abertura mutuamente benéfica desenvolvendo a cooperação amistosa com todas as nações com base nos cinco princípios de coexistência pacífica e continuaremos trabalhando, junto aos diversos povos do mundo, para impelir a causa nobre da paz, desenvolvimento da humanidade e a construção de um mundo harmônico baseado na paz duradoura e a prosperidade comum.O Exército de Libertação Popular e as tropas da Polícia Armada Popular devem levar adiante suas gloriosas tradições e fortalecer seu processo de construção para cumprir de forma eficaz suas missões, fazendo novas contribuições à salvaguarda da soberania, segurança e integridade territorial da nação e da paz mundial.A história nos indicou que o caminho do progresso nunca é plano, mas que um povo unido que toma o destino em suas próprias mãos vencerá, sem nenhuma dúvida, todas as dificuldades, criando continuamente grandes epopeias históricas.Olhando para o futuro, a China tem uma perspectiva muito promissora. Todo o Partido Comunista, todo o exército e todo o povo deve unir-se de forma mais estreita, levantar no alto a grande bandeira do socialismo com características chinesas, adaptar-se às mudanças e agir com um espírito empreendedor, seguir avançando valentemente rumo à grande meta de construir uma nação próspera, poderosa, democrática, civilizada e harmoniosa nação modernizada socialista e obter a grande revitalização da nação chinesa e continar realizando novas e maiores contribuições à humanidade, embora isso requeira um árduo trabalho e esforços incansáveis.Viva a República Popular da China!Viva o grande Partido Comunista da China!Viva oi grande povo chinês!"

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

HONDURAS


Regime de Micheletti cai no isolamento e na defensiva
"Pode-se fazer qualquer tudo com as baionetas, exceto sentar-se sobre elas". Por ignorar essa frase de Napoleão Bonaparte, Roberto Micheletti, inquilino da Casa Presidencial de Honduras desde o golpe de 28 de junho, isola-se não só do Brasil, da OEA e da ONU, mas do Parlamento Hondurenho, do Tribunal Supremo Eleitoral, dos candidatos presidenciais, dos empresários, da Igreja e até do general Romeo Vásquez, o homem que deu o golpe. Por isso já começou a balançar.Por Bernardo Joffily

Micheletti: os males de ignorar NapoleãoA frase provavelmente não é de autoria de Napoleão – que provavelmente tomou-a de empréstimo de Talleyrand (1754-1838). Mas é uma santa verdade, comprovada pela trajetória de todas as ditaduras latino-americanas do século passado. Podia ter dado certo até o dia 21É sempre arriscado adiantar previsões. Mais ainda numa situação tão conflituosa e instável, em um país com peculiaridades bem distintas dos seus vizinhos El Salvador, Nicarágua e Guatemala. Mas há momentos em que um jornalista, mesmo correndo o risco de morder a língua, tem o dever de ofício de tentar se adiantar aos fatos. Os fatos apontam para um diálogo entre golpistas e zelaystas que já começou, apesar de Micheletti, e tende inexoravelmente a atropelar o aprendiz de ditador.A estratégia micheletista consistia em segurar as pontas, reprimir a Resistência, fazer as eleições de 29 de novembro sob seu controle e entregar ao sucessor "eleito" o abacaxi de um regime que não é reconhecido por nenhum dos 192 países do mundo. Poderia ter dado certo... até o 21 de Setembro. Mas o retorno do presidente Manuel Zelaya, e o abrigo que este encontrou na embaixada brasileira, mudaram esse cenário. E o próprio 'Goriletti', como dizem os hondurenhos, à sua maneira, ajudou. Com a escalada de medidas ditatoriais do último fim de semana, começando com o ultimato de dez dias ao Brasil e culminando com a decretação do estado de sítio, quis "sentar-se sobre as baionetas".Tapete vermelho para a OEA no dia 7Com isso, o campo do golpismo fragmentou-se – outro processo clássico no crepúsculo de ditaduras em Nuestra America. Por enquanto, os atores citados no primeiro parágrafo manifestam sua discordância do estado de sítio, enquanto pronunciam-se pelo (e praticam o) diálogo com o campo de Zelaya.O cenário mais provável é que a missão da Organização dos Estados Americanos que desembarcará em Tegucigalpa na próxima quarta-feira (4) encontrará um tapete vermelho estendido pelo regime golpista – o mesmo que no sábado expulsou sumariamente quatro diplomatas da OEA encarregados de preparar a visita. E que o 'Acordo de San José', costurado pelo presidente Costarriquenho Oscar Arias.Em síntese, San José significa: 1) o retorno do presidente Zelaya ao seu cargo, até a conclusão do mandato constitucional, em janeiro que vem; 2) o veto a uma hipotética candidatura de Zelaya a um segundo mandato nas eleições presidenciais de 29 de novembro (pretensão que o presidente deposto aliás nunca assumiu); e 3) anistia geral, como é de praxe em tais processos de pacificação.95 dias de magnífica ResistênciaNão é uma plataforma insurreicional-revolucionária (nem poderia ser, vindo de Arias). Mas também não é uma imposição de "estrangeiros", como tentaram vender os michelettistas – que aliás andam de bola murcha e desistiram da "Marcha em Defesa das Eleições" que estava programada para esta terça-feira. Será, se for, um êxito parcial porém notável do povo hondurenho e sua Resistência.O movimento popular hondurenho sempre foi visto como incipiente, em comparação com seus vigorosos vizinhos salvadorenhos, nicaraguenses e guatemaltecos. Honduras não tinha forças guerrilheiras, nem partidos ou frentes de esquerda com grande implantação de massas. Mas isso terá que ser revisto.Noventa e cinco dias de uma magnífica Resistência Nacional contra o Golpe de Estado, ou simplesmente 'A Resistência' transformaram a realidade do movimento popular hondurenho. Não houve um só dia sem protestos, greves, barricadas, denúncias. O retorno do presidente eleito deu novo ânimo e vigor às mobilizações; a multidão que se concentrou diante da embaixada brasileira no primeiro dia foi estimada entre 20 mil e 100 mil pessoas, e só não se repetiu, em escala ampliada, porque foi dispersada pela força.Ainda há muitas incógnitas por esclarecer na situação hondurenho. A classe dominante local, oligárquica e reacionária, que deu o golpe e empossou Micheletti, agora se distancia dele mas não abdicou de seus interesses. Washington, antes tarde do que nunca suspenderam a ajuda não humanitária ao país, mas permanece com um discurso cheio de ambiguidades. E Micheletti, mesmo isolado, permanece no poder. Porém há motivos para avaliar que a ditadura micheletista, aos três meses de idade, já está em seu ocaso. E o movimento popular, que segurou 'a Resistência' mesmo nos piores dias e com Zelaya no exílio, tem tudo para conquistar um novo protagonismo – conforme outra lei geral das experiências ditatoriais latino-americanas.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

CONCLUSIÓNS DA FOLGA DOS METALURXICOS

A folga dos metalúrxicos de Vigo escribiu unha páxina moi importante na histórica do movemento obreiro, tanto galego como internacional A duración da mesma, o grao de conciencia, a organización, o labor unitario, o carácter asembleario, foron aspectos moi importantes deste conflito.
Esta folga foi unha clara demostración de como funciona a loita de clases. Por unha banda os traballadores representados polas súas centrais sindicais e as súas organizacións gremiais de base e doutra banda a patronal do sector cos seus aliados de clase, os grandes medios de comunicación.
O proceso de loita de clases non significa sempre que a clase obreira venza á patronal. Poden suceder distintos finais, a un conflito de clase: que os traballadores logren os seus obxectivos, que os traballadores sexa vencidos pola patronal ou se produce un tempo de espera, de acumulación de forzas para poder continuar coa loita reivindicativa.
Moitas serán as interpretacións que se sacasen deste conflito. Os máis pesimista dirán que foi un fracaso ou unha derrota, outros xustificasen os acontecementos, o que se é certo que o conflito quedase latente e a loita de clases, manifestásese nunha nova etapa de acumulación de forzas e debate ideolóxico.
A folga en se nos deixo varios ensinos, en primeiro lugar que hoxe máis que nunca debemos ter en consideración que nos enfrontamos cunha clase, con moito poder e que cada vez máis actúa profesionalmente como clase, utilizando todos os recursos necesarios para impor as súas propostas. Os empresarios contan co aparello represivo do estado e o apoio indirecto das administracións.
A patronal contou cun aliado estratéxico que son os medios de comunicación, onde se mestura intereses económicos e identificación ideolóxica. As grandes empresas da comunicación de forma continua desvirtuaron o contido das reclamacións, alentaron o malestar da cidadanía, infundieron alarma social etc.
Doutra banda a patronal contou co silencio dos partidos do sistema e a claudicación da maioría das centrais sindicais, con excepción da CIG.
Desta forma o conflito quedo illado e foi perdendo a forza necesaria, para lograr torcerlle a man á patronal.
Neste momento de desemprego, de crise capitalista, de cabreo xeneralizado, falto a folga xeral que puidese sacar o conflito a toda a sociedade, que por distintos motivos quere repudiar a situación de crise económica.
A pesar de todas estas consideracións durante estes días de mobilización e loita dos traballadores do metal, foi evidente que en todo este proceso faltaba un elemento esencial, que para os marxistas, é o partido dos traballadores, o partido da clase.
O BNG que no pasado reivindicábase de esquerdas, como organización política mantívose á marxe, os pequenos partidos que se definen como comunistas, non están en condicións de darlle o apoio necesario, a un conflito desta magnitude.
Seguramente a propia folga poña ao descuberto algunhas de ideas, dalgúns dirixentes sindicais que veñen desenvolvendo teorías parecidas, ás que estiveron de moda nas primeiras décadas do século pasado, que se coñeceu como “sindicalismo revolucionario”.
Estas ideas sindicais foron inspiradas por Georges Sorel e Arturo Labriola, onde o sindicato era a institución crave tanto para protexer aos traballadores dos seus patróns e do Estado. Esta corrente negaba a necesidade de crear un partido político dos traballadores.
A pesar da definición altamente revolucionaria, a maioría destes dirixentes terminaron en posicións reformistas.
Estas mesmas ideas seguen estando na mente de moitos dos compañeiros que hoxe son representantes sindicais. Constrúen sindicato para se, reducen a actividade sindical á negociación de melloras económicas, converténdose en administradores de conflitos.
Neste sentido é necesario dar unha batalla idioloxica no seo do movemento obreiro. Os traballadores deben ter un partido de clase, que non soamente loite polas súas condicións de vida, senón tamén que loite por cambiar a sociedade e construír o socialismo.

Nova Esquerda Socialista